Hidróxido de Lítio salva astronautas

“Houston we have a problem”. Ao enviar essa
mensagem em 13 de abril de 1970, o comandante da missão Apollo 13, sabia que
sua vida e de seus companheiros estavam por um fio. Um dos tanques de oxigênio
(O2) tinha acabado de explodir.
Apesar do perigo iminente de os astronautas
ficarem sem O2 para respirar, a principal preocupação da NASA era
evitar que a atmosfera da espaçonave ficasse saturada do gás carbônico (CO2)
exalado pela própria equipe. Isso causaria um abaixamento do pH do sangue da
tripulação (acidemia sanguínea) já que o CO2 é um óxido ácido.
A acidemia sanguínea leva a pessoa a ficar
desorientada e a desmaiar, podendo evoluir até o coma ou mesmo a morte.
Normalmente a presença de CO2 na atmosfera da nave não é
problema. Para eliminá-lo, há, adaptados à ventilação, recipientes com hidróxido
de lítio (LiOH), uma base capaz de absorver esse gás. Nada quimicamente mais
sensato: remover um óxido ácido com uma base: CO2 + 2 LiOH --> Li2CO3 +
H2O
![]() |
Filtro responsável pela absorção de CO2 da nave |
O problema é que os três astronautas tiveram de
se refugiar numa parte da espaçonave chamada módulo lunar: pequena e preparada
para duas pessoas. Depois de um dia e meio, uma luz de alerta acendeu a
quantidade calculada para dois astronautas, não estava dando conta do recado.
Um improviso de última hora com o hidróxido de lítio do módulo de comando
(outra área da espaçonave) salvou a vida de toda a tripulação. Prova de a
química está até no espaço!!
Fonte: PEREIRA, L. F. Folha de São
Paulo
Comentários
Postar um comentário